Em pequenas aeronaves, os motores usados para a operação de trens de pouso, flapes, flapes de arrefecimento e outras aplicações devem ser projetados para operar em ambas as direções e, logo, são chamados de motores reversíveis.

Os motores CC de 28 V reversíveis também são utilizados nas aeronaves da categoria de transportes, sendo usados para controlar diversos conjuntos de válvulas hidráulicas e de combustível.

A polaridade da tensão aplicada aos enrolamentos da armadura e do campo de qualquer motor determina a direção de rotação desse motor (horária ou anti-horária).

Para inverter a rotação de um motor CC que contém um campo eletromagnético, a polaridade da tensão aplicada ao campo ou à armadura deve ser invertida.

Isso inverte o campo magnético de uma das duas bobinas e transforma a força de atração em uma força de repulsão (ou vice-versa), invertendo, assim, a rotação do motor.

Reverter um motor por esse método exige o uso de um circuito externo complexo como aquele ilustrado pela Figura abaixo.

Reversão de um motor CC com comutação externa.

Outro método para reutilizar um motor CC cria um enrolamento de campo duplo conhecido como campo dividido.

A Figura seguinte apresenta um diagrama esquemático do circuito para um motor de campo dividido.

Diagrama esquemático de circuito para um motor reversível com dois enrolamentos de campo.

Observe que há um circuito separado para cada enrolamento de campo, o que possibilita a mudança de direção do motor sempre que desejado pela colocação da chave na posição desejada.

Mudar a polaridade do campo em relação à polaridade da armadura quando os diferentes enrolamentos de campo são energizados reverte o motor.

As bobinas de campo individuais de um motor reversível normalmente são enroladas em direções contrárias no mesmo polo ou em polos alternados.

Como as bobinas de campo estão em série com a armadura, elas devem ser enroladas com um fio grande o suficiente para conduzir toda a corrente do motor.

Lembre-se que toda a corrente da carga passa através do campo e da armadura.

As escovas em um motor reversível normalmente são presas em um porta-escovas do tipo caixa com o centro do eixo do motor.

Com essa estrutura, as escovas são perpendiculares a um plano tangencial ao comutador no ponto do contato da escova, então as escovas se desgastam igualmente seja qual for a direção da rotação do motor.

Em motores de pequeno porte, o suporte da escova e do campo ocasionalmente são feitos de uma peça só.

Os porta-escovas são inseridos através de aberturas na extremidade do suporte e isolados do suporte por buchas de composição.

Cada conjunto de escovas é composto da escova, uma mola helicoidal, um conector flexível dentro da mola e um contato metálico.

Quando a escova é instalada no motor, ela é fixada por um bujão com rosca.

Conjunto de escovas e porta-escovas para um motor pequeno.

Em alguns motores de baixo consumo de energia, a bobina de campo é substituída por um ímã permanente.

Para reverter a rotação desse tipo de motor, basta inverter a polaridade da tensão aplicada.

Isso reverte o campo magnético da armadura (não o campo); logo, o motor inverte a direção de sua rotação.

Os motores reversíveis de ímãs permanentes são bastante usados para alimentar os sistemas de flapes de pequenas aeronaves.

Os motores CC reversíveis são controlados diretamente por chaves unipolares de duas direções (SPDT) ou indiretamente por relés controlados por chaves semelhantes.

O uso de relés ou solenoides é determinado pela quantidade de corrente que o motor extrai quando está em operação.

Qualquer motor que precisa de mais de 20 a 30 A normalmente é controlado (ligado/desligado) usando um relé ou um solenoide.

A Figura seguinte mostra o circuito de motor de partida que utiliza um solenoide.

Solenoide usado para controlar um motor.

Como vemos na imagem, uma corrente pequena (1-2 A) é usada para acionar o solenoide, que por sua vez envia 200 A ao motor de partida.

Isso permite que o piloto opere uma pequena chave light-duty que então controla o motor de partida de alta corrente.