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O código de cores de resistores é uma técnica fundamental para identificar o valor resistivo de componentes, especialmente em circuitos de aeronaves onde resistores de carbono são amplamente utilizados. Os resistores podem ter seu valor medido diretamente com um ohmímetro, mas na prática, a maioria dos resistores de carbono e de filme metálico usa faixas de cores no corpo para indicar valores de resistência e tolerância, facilitando a leitura visual. Aqui, descrevemos como interpretar esse código de forma prática, detalhando o significado de cada faixa e como calcular o valor resistivo, considerando inclusive variações e exceções.

Estrutura do Código de Cores

Um resistor codificado com o sistema de cores pode ter três ou quatro faixas, que variam em função do método utilizado para pintá-las. Em aeronaves, esses resistores são geralmente codificados pelo método de faixas “end-to-center-band”, onde as cores são aplicadas a partir de uma das extremidades do resistor, começando pela faixa mais próxima. Há duas categorias principais para esse sistema:

  1. Sistema “end-to-center-band”:
    • Três faixas de cor indicam o valor numérico básico do resistor e um possível valor de multiplicação, enquanto uma quarta faixa, opcional, define a tolerância.
    • A primeira faixa de cor representa o primeiro dígito do valor resistivo. Essa faixa nunca é dourada nem prateada.
    • A segunda faixa de cor representa o segundo dígito do valor.
    • A terceira faixa indica o fator multiplicador em termos de zeros que serão adicionados aos dígitos indicados nas faixas anteriores.
  2. Sistema “body-end-dot” (raro hoje em dia):
    • A cor do corpo indica o primeiro dígito, a cor da extremidade mostra o segundo dígito, e a cor do ponto representa o número de zeros. Esse método é mais raro, mas ainda pode ser encontrado em resistores antigos.

Exemplo de Leitura pelo Método “End-to-Center-Band”

Para exemplificar a leitura, consideremos um resistor com as faixas:

  • 1ª faixa (vermelha): indica o primeiro dígito = 2.
  • 2ª faixa (verde): indica o segundo dígito = 5.
  • 3ª faixa (amarela): indica o número de zeros a adicionar = 4 zeros.

O valor resistivo calculado é 250.000 ohms (250 kΩ).

Caso uma quarta faixa não esteja presente, a tolerância é entendida como sendo de 20%. Se houvesse uma faixa adicional, como prateada ou dourada, ela indicaria o percentual de tolerância, como 5% (dourado) ou 10% (prateado).

Exceções para a Terceira Faixa

Existem algumas exceções importantes para a leitura da terceira faixa, que alteram o cálculo do valor resistivo:

  1. Faixa Dourada: Os dois primeiros dígitos são multiplicados por 10%.
  2. Faixa Prateada: Os dois primeiros dígitos são multiplicados por 1%.

Por exemplo, se um resistor apresenta as cores:

  • 1ª faixa (marrom): valor numérico 1.
  • 2ª faixa (preta): valor numérico 0.
  • 3ª faixa (dourada): multiplicação por 10%.

O valor resistivo final será 1 ohm com tolerância indicada na quarta faixa, caso haja.

Tolerância dos Resistores e Implicações em Circuitos

A tolerância em resistores é essencial para assegurar que pequenos desvios não comprometam o funcionamento do circuito. Em sistemas de aeronaves, a tolerância varia conforme a faixa final:

  • 5%: geralmente indicada por uma faixa dourada.
  • 10%: indicada pela faixa prateada.
  • 20%: ausência de faixa adicional.

Em aplicações práticas, um resistor de 1000 ohms com tolerância de 5% terá um valor efetivo entre 950 e 1050 ohms. Essa variação é aceitável em muitos circuitos de aeronaves, que não requerem precisão extrema em todos os resistores.

Importância do Código de Cores para Manutenção

Com o passar do tempo, o calor e as condições de operação podem desbotar as faixas de cor, dificultando a leitura direta do valor resistivo, especialmente em resistores de carbono montados em locais de difícil acesso. Nesse contexto, a compreensão do código de cores permite que técnicos e engenheiros mantenham os valores de resistência corretos durante a substituição e manutenção, mantendo a funcionalidade do sistema eletrônico da aeronave.

O código de cores continua sendo uma ferramenta rápida e confiável para identificar o valor resistivo sem a necessidade de instrumentos de medição, essencial para o trabalho em campo onde a leitura visual é mais prática e rápida.