Mecanismo D’Arsonval
O mecanismo de D’Arsonval é amplamente utilizado em instrumentos de medição elétrica devido à sua precisão, baseada no efeito eletromagnético da corrente. Ele consiste em uma bobina móvel suspensa entre os polos de um ímã permanente de ferradura, geralmente feito de uma liga de alnico, que cria um campo magnético intenso. As peças polares, fabricadas em ferro, concentram o fluxo magnético, enquanto a bobina, formada por espiras de fio de cobre sobre uma base de alumínio, gera torque ao ser percorrida por corrente elétrica.
O núcleo de alumínio amortece as oscilações por meio de correntes induzidas, evitando vibrações excessivas do ponteiro. O núcleo central de ferro-doce intensifica o campo magnético, garantindo maior estabilidade e exatidão na medição. A bobina é suportada por pivôs de aço endurecido montados em mancais de joias altamente polidas, que proporcionam rotação com mínima fricção.
Duas molas-cabelo amagnéticas, feitas de bronze fosforoso, oferecem contratorque e também conduzem a corrente para a bobina. Elas são responsáveis por retornar o ponteiro à posição zero quando não há corrente no circuito. O ajuste do zero é feito por meio de um corretor acionado por parafuso na parte frontal do instrumento.
Os terminais de entrada do instrumento são polarizados para garantir a direção correta da deflexão. A bobina móvel, sendo sensível e formada por fios muito finos, só suporta correntes de baixa intensidade, geralmente na faixa de micro ou miliamperes. A sensibilidade do instrumento é definida como a menor corrente necessária para causar a deflexão máxima do ponteiro, sendo maior quanto menor for essa corrente.
Este tipo de mecanismo é usado em galvanômetros e outros instrumentos elétricos que medem a intensidade da corrente, transformando a deflexão angular da bobina em uma leitura precisa de corrente elétrica. Deve ser alimentado exclusivamente por corrente contínua (CC) para funcionamento adequado.