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O motor turboélice é uma variação do motor turbojato, projetada para acionar uma hélice através de uma turbina de potência e um conjunto de engrenagens de redução. Nesse sistema, a energia dos gases de escape do motor, em vez de ser usada principalmente para gerar empuxo direto, é convertida em trabalho mecânico para girar a hélice. Essa configuração combina a alta potência do motor a reação com a eficiência das hélices em velocidades mais baixas.

O motor turboélice é significativamente mais leve e eficiente do que os motores a pistão, especialmente em aeronaves que exigem potências superiores a 400 HP. Ele é ideal para aviões que operam em velocidades de até aproximadamente 600 km/h, como aeronaves regionais, de transporte tático militar e aeronaves agrícolas. Nessa faixa de velocidade, a hélice funciona de maneira eficiente, proporcionando excelente desempenho em termos de economia de combustível e capacidade de decolagem e pouso em pistas curtas.

Acima de 600 km/h, porém, a eficiência das hélices começa a diminuir devido à formação de ondas de choque supersônicas nas extremidades das pás, o que reduz o empuxo gerado e aumenta o arrasto. Por essa razão, os motores turboélice são mais adequados para voos de baixa e média velocidade, enquanto aeronaves mais rápidas geralmente utilizam turbofans ou turbojatos.

Embora o custo inicial de um motor turboélice seja mais elevado do que o de um motor a pistão, sua eficiência no consumo de combustível e a maior durabilidade tornam-no uma escolha econômica em longo prazo, especialmente para operações regionais e missões de médio alcance. Ele é amplamente utilizado em aeronaves como o ATR-72, Cessna Caravan e Lockheed C-130 Hercules, entre outros.

Fonte: Livro Aeronaves e Motores – Conhecimentos Técnicos de Avião – Jorge M. Homa