Transição para o voo visual
Transição para Voo Visual
A transição para o voo visual é uma das etapas mais críticas na aproximação por instrumentos, especialmente quando as condições meteorológicas estão próximas dos mínimos operacionais. Esse momento marca a mudança do voo exclusivamente guiado por instrumentos para a navegação com base em referências visuais.
Referências Visuais
O termo “referências visuais” refere-se aos elementos que o piloto pode identificar fora da cabine, como luzes de aproximação, sistemas de orientação visual como VASI (Indicador de Slope de Aproximação Visual) ou PAPI (Indicador de Slope de Aproximação de Precisão), luzes da pista e elementos do entorno, como árvores e construções. Esses marcos são essenciais para completar a aproximação e o pouso com segurança.
Fases Críticas
Durante a transição, o piloto precisa identificar a pista antes de atingir a altitude de decisão (DA) em um procedimento de precisão ou o ponto de aproximação perdida (MAP) em procedimentos não-precisos. Caso a pista não seja avistada, é necessário iniciar a aproximação perdida imediatamente.
- Voo Solo (Single Pilot)
No voo solo, a tarefa é mais exigente, pois o piloto deve monitorar os instrumentos enquanto procura as referências visuais. Uma falha comum nesse cenário é o foco excessivo no ambiente externo, conhecido como “visão de túnel”, que pode levar ao descuido com os instrumentos. Para mitigar esse risco, recomenda-se começar a busca por referências visuais entre 100 e 200 pés antes de atingir a DA ou MDA. - Voo em Dupla
Com dois pilotos, o trabalho é dividido entre o Pilot Flying (PF), responsável por manter a trajetória pelo painel de instrumentos, e o Pilot Monitoring (PM), que procura as referências visuais. Quando o PM avista a pista, ele comunica ao PF, que então realiza a transição para o voo visual. O PM retorna ao monitoramento dos parâmetros de voo, garantindo a continuidade segura da operação.
Alinhamento na Aproximação Final
Procedimentos de não-precisão, como o VOR/DME, podem levar a aproximações desalinhadas com o eixo da pista. Por exemplo, no procedimento VOR/DME RWY 36 do Aeroporto dos Guararapes (Recife), a aproximação ocorre com uma defasagem de cerca de 15° em relação ao eixo da pista. Ao avistar a pista, o piloto realiza correções de proa para alinhamento antes do pouso.
Conclusão
Coordenação precisa entre pilotos e atenção rigorosa aos instrumentos são fundamentais para uma transição segura e eficiente para o voo visual. A decisão imediata por uma aproximação perdida, na ausência de contato visual com a pista, é um elemento crítico para a segurança operacional.