Como são os Manuais De Manutenção De Aeronaves?

Falar sobre manuais de manutenção de aeronaves é um dos assuntos mais importantes por que tudo, TUDO que acontece na aeronave quer seja uma remoção do motor ou de um simples rebite, deve ser acompanhado pelo manual de manutenção e dado sua referência, ou seja, qual página do manual foi seguido para tal a execução da tarefa.
Os manuais técnicos utilizados na manutenção de aeronaves são editados ou criados de acordo com especificações de padronização criada pela ATA – AIR TRANSPORT ASSOCIATION of AMERICA para os dados ou informações técnicas dos fabricantes e por isso que chamamos de ATA 100.
Veja post completo sobra a ATA 100 AQUI
Vamos dar uma visão geral aqui de um dos manuais mais importantes chamados de Manuais de manutenção de aeronaves – AMM.
Então para que serve o AMM?

O AMM (Aircraft Maintenance Manual) traz a descrição dos sistemas e os procedimentos para manutenção da aeronave.
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Está dividido em duas partes:
PART I DESCRIÇÃO E O PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DA AERONAVE E DE SEUS VÁRIOS SISTEMAS.
PART II DESCREVE AS OPERAÇÕES DE INSPEÇÃO, REGULAGEM, AJUSTE, REMOÇÃO, INSTALAÇÃO, ENSAIO.
No final do post disponibilizarei para downlaod modelos do trem de pouso do Boeing 737. AMMI e AMMII.
EXEMPLO
Se você quer saber como funciona ou opera uma superfície de comando como o AILERON você deve irá ao manual de manutenção de aeronaves no capítulo 27 no AMMII.
Mas se você quer saber COMO REMOVER OU INSTALAR essa superfície der comando do avião você utiliza o AMMII.
Então como já dito, o Manual de Manutenção de aeronaves contém em suas páginas informações necessárias para permitir o serviço de manutenção, pesquisa de pane, inspeção, testes operacionais e reparos dos sistemas e equipamentos instalados no avião.

Possui também informações para o mecânico efetuar práticas de manutenção e reparos em qualquer unidade que requerer esta ação em linha ou no hangar, NÃO confunda com reparo da estrutura, pois aí é outro manual.

Ele cobre também a configuração para liberar a aeronave para operação. Este manual não trata a respeito de manutenção interna em unidade ou conjuntos fora da aeronave.
Características do AMM
Manual de manutenção (AMM)
Veja manual de manutenção de aeronaves em pdf para downloads aqui!
Este manual de manutenção está dividido em capítulos como mostra a figura.

Esse padrão de numeração é importante saber pois se aplicam a qualquer fabricante.
Mas essa importância perdeu um pouco de sua força em virtude de hoje temos essas publicações digitais onde uma simples busca em um campo com a palavra irá fazer uma varredura e poderá trazer a página que você procura em segundos.
Devemos então saber qual o sistema maior em que o assunto que desejamos faz parte.
Em todos os manuais de aeronaves utilizados pela manutenção, o capítulo 27 trata de controles de voo.
Quando necessitamos de qualquer informação sobre um determinado assunto, seja uma peça, componente, sensor ou sistema, devemos iniciar a nossa busca pelo primeiro elemento que é o CAPÍTULO.
Tarefas (TASKS) e sub-tarefas (SUB-TASKS)

Observe este exemplo:
27-11-09-400-801 – A.
Os três primeiros elementos identificam o equipamento (Controles de Voo – Aileron – Aileron (superfície).
O quarto elemento identifica o código de função de manutenção (Instalação).
O quinto elemento identifica o número da tarefa ou sub-tarefa.
Efetividade
Quando se fala em efetividade, isso indica para qual aeronaves aquele manual em especial se aplica ou pode ser usado, levando em consideração que um mesmo modelo de aeronave.
Por exemplo um Boeing 737 – 300, pode ter muitas variações quanto a material ou modificação.
A efetividade pode ser indicada com um número de série inicial e final.
Se o assunto abrange uma aeronave de uma determinada série em diante, encontraremos o número de efetividade relativa a esta aeronave e -999. Como por exemplo: 205-999, indicando que é a partir da aeronave 205.
Quando a efetividade abrange todas as aeronaves, encontraremos a palavra ALL.
Quando abrange um grupo de aeronaves, teremos em efetividade o grupo relacionado.
Quando for para uma aeronave específica, somente esta estará relacionada.
No exemplo abaixo somente pode-se aplicar (usar) o manual para aeronaves com uma característica de fabricação. (modelos fabricados com sensores de aço).

MATERIAL DE APOIO
ATA 32 AMM I DESCIRÇÃO E OPERAÇÃO B737
ATA 32 AMM II REMOCAO E INSTALACAO B737
Manual completo de manutenção de aeronaves em pdf
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Glossário — Manuais Técnicos de Manutenção de Aeronaves
Navegue pelos termos (ordem alfabética):
- ALL (abrangência total)
- AMM — Aircraft Maintenance Manual
- AMM I — Descrição e Operação
- AMM II — Inspeção/Ajuste/Remoção/Instalação/Teste
- ATA 100 (padronização)
- Capítulo (ATA)
- Configuração para liberação
- Digital (campo de busca/varredura)
- Efetividade (applicability)
- Elementos do código de tarefa
- Grupo (abrangência por grupo)
- Inspeção
- Instalação e Remoção
- Linha x Hangar (onde aplicar)
- Pesquisa de pane (troubleshooting)
- Sensores/material — nota de efetividade
- Série (faixa 205–999, por exemplo)
- Sub-tarefa (SUB-TASK)
- Tarefa (TASK)
- Teste/Ensaio operacional
- “27” — Controles de voo (exemplo de capítulo)
- “Outro manual” para reparo estrutural
- Unidade fora da aeronave (fora do escopo)
ALL (abrangência total)
Palavra usada na Efetividade para indicar que a tarefa/procedimento vale para todas as aeronaves daquele modelo, sem restrição por série.
AMM — Aircraft Maintenance Manual
Manual central de manutenção da aeronave. Reúne descrição dos sistemas e procedimentos para inspeção, ajuste, remoção, instalação, ensaios e liberação para operação.
AMM I — Descrição e Operação
Parte do AMM que apresenta a aeronave e o princípio de funcionamento de cada sistema. É a base para entender como o sistema trabalha antes de intervir.
AMM II — Inspeção/Ajuste/Remoção/Instalação/Teste
Parte prática do AMM: lista tarefas passo a passo (com ferramentas, limites e critérios) para inspecionar, ajustar, remover, instalar e testar componentes/sistemas.
ATA 100 (padronização)
Especificação que padroniza capítulos, numeração e formato dos dados técnicos. Graças a ela, “Cap. 27 = Controles de voo” em diferentes fabricantes.
Capítulo (ATA)
Primeiro nível de organização do manual conforme o ATA 100. Indica o sistema maior (ex.: 27 = controles de voo). A busca começa por aqui.
Configuração para liberação
Orientações do AMM para devolver a aeronave à condição de operação após uma intervenção, garantindo que está dentro dos parâmetros exigidos.
Digital (campo de busca/varredura)
Recurso das publicações digitais que permite localizar rapidamente um assunto por palavra-chave. Mesmo assim, entender a lógica de capítulos agiliza a pesquisa.
Efetividade (applicability)
Secção que define para quais aeronaves o procedimento vale (por série, grupo ou ALL). Evita aplicar uma instrução em série/modificação diferente.
Elementos do código de tarefa
Estrutura típica (ex.: 27-11-09-400-801 – A): os três primeiros elementos identificam o equipamento/assunto; o quarto é o código de função de manutenção (ex.: Instalação); o quinto é o número da tarefa/sub-tarefa.
Grupo (abrangência por grupo)
Forma de efetividade que lista um grupo de aeronaves (ex.: certas variantes/configurações) para as quais a tarefa se aplica.
Inspeção
Procedimento planejado para verificar condição/limites de sistemas/peças. No AMM II, aparece com passos, critérios de aceitação e referências.
Instalação e Remoção
Conjunto de tarefas do AMM II que define como retirar e reinstalar componentes com segurança, ferramentas corretas e torques especificados.
Linha x Hangar (onde aplicar)
As práticas do AMM cobrem intervenções tanto em linha quanto em hangar, desde que dentro do escopo do manual.
Pesquisa de pane (troubleshooting)
Uso do AMM para investigar causas de falhas, seguindo passos de teste e decisão até localizar o componente/ajuste responsável.
Sensores/material — nota de efetividade
Exemplo citado no artigo: uma tarefa pode ser válida apenas para aeronaves fabricadas com certo tipo de sensor/material, refletido na efetividade.
Série (faixa 205–999, por exemplo)
Quando a efetividade usa faixa de números de série (ex.: 205–999), indica a partir de qual aeronave até o limite listado a tarefa se aplica.
Sub-tarefa (SUB-TASK)
Desdobramento de uma tarefa principal. Aparece no código como parte final (quinto elemento), detalhando passos específicos.
Tarefa (TASK)
Unidade básica do AMM II com título, pré-requisitos, ferramentas, passos numerados, critérios e “return to service”. Identificada por código completo ATA.
Teste/Ensaio operacional
Verificações prescritas no AMM para confirmar funcionamento após montagem/ajuste. Fundamentais antes da liberação.
“27” — Controles de voo (exemplo de capítulo)
Na lógica ATA, assuntos de aileron/leme/profundor estão no capítulo 27. É um exemplo recorrente no artigo para orientar a busca.
“Outro manual” para reparo estrutural
O AMM não cobre reparo de estrutura; para isso existe um manual específico do fabricante. Use o AMM para sistemas/itens instalados na aeronave.
Unidade fora da aeronave (fora do escopo)
O AMM não trata de manutenção interna de unidades/conjuntos quando fora da aeronave (bancada). Esse trabalho segue documentação específica do componente.
FAQ — Perguntas Frequentes
P: Qual a diferença prática entre o AMM I e o AMM II?
R: O AMM I explica como funciona cada sistema (descrição e operação). O AMM II ensina como fazer: inspeção, ajuste, remoção, instalação e teste, com passos e critérios.
P: Como decifrar “27-11-09-400-801 – A”?
R: Pelas regras do artigo: os três primeiros elementos identificam equipamento/assunto (capítulo/sessão/sub-sessão), o quarto é a função de manutenção (ex.: instalação) e o quinto é o número da tarefa/sub-tarefa.
P: O que é “Efetividade” e por que ela vem antes de executar?
R: É a seção que diz a quais aeronaves a tarefa vale (por série, grupo ou ALL). Conferi-la evita aplicar um procedimento em um avião com configuração diferente.
P: Com publicações digitais ainda preciso saber números ATA?
R: Sim. O campo de busca ajuda, mas conhecer o capítulo certo (ex.: 27 = controles de voo) agiliza a navegação e reduz erros de seleção.
P: O AMM libera a realizar reparos de estrutura?
R: Não. O próprio artigo alerta para não confundir: reparo estrutural é tratado em outro manual específico. Use o AMM para sistemas e itens instalados.
P: O AMM cobre manutenção de uma unidade em bancada?
R: Não. O AMM foca em manutenção com a unidade instalada na aeronave. Para manutenção interna de componentes fora da aeronave, siga a documentação da própria unidade.
P: Onde começo a busca de um assunto no AMM?
R: Sempre pelo Capítulo (ATA) adequado ao sistema e, em seguida, pela Efetividade. Depois, escolha a Tarefa (TASK) correta no AMM II.
P: O AMM também trata da “configuração para liberação”?
R: Sim. Ele inclui orientações para devolver a aeronave à condição de operação após a intervenção, com testes/ensaios e critérios finais.
P: O capítulo 27 é sempre controles de voo?
R: Sim, dentro da padronização ATA 100 apresentada no artigo. Por isso o exemplo do aileron aparece nesse capítulo.
P: Se uma tarefa cita “somente aeronaves com sensores de aço”, o que isso significa?
R: Que a Efetividade restringe o procedimento a aeronaves com aquela característica de fabricação. Se a sua não tiver, procure a tarefa correspondente à sua configuração.
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