CONDUÍTE ELÉTRICO
Conduítes Elétricos em Aeronaves
Os conduítes elétricos são utilizados para proteger mecanicamente os cabos e minimizar interferências de rádio. Podem ser feitos de alumínio, metal trançado (conduíte flexível) ou materiais não metálicos, dependendo da aplicação.
Tipos de Conduíte
- Conduíte de alumínio:
- Tipo I: Sem revestimento.
- Tipo II: Revestido com borracha.
- Atende à especificação MIL-C-6136.
- Conduíte de bronze:
- Flexível e amparado pela especificação MIL-C-7931.
Dimensionamento
O diâmetro interno do conduíte deve ser cerca de 25% maior do que o maior diâmetro do feixe de cabos. Para calcular: subtraia o dobro da espessura da parede do conduíte do seu diâmetro externo.
Preparação e Instalação
- Superfície interna: Deve estar limpa, lisa e livre de rebarbas ou obstruções. Após cortes, as bordas devem ser polidas.
- Fixação: Use grampos metálicos para firmar o conduíte à estrutura, prevenindo vibração ou movimento. A conexão metal-com-metal deve ser sólida para otimizar a proteção elétrica.
- Drenagem: Adicione drenos na parte mais baixa da seção para evitar acúmulo de líquidos.
- Cuidados: Evite que o conduíte seja submetido a estresse excessivo ou posicionado em áreas onde possa ser pisado ou usado como apoio.
Curvatura e Substituição
- Conduítes rígidos: As curvas não devem achatar ou enrugar, mantendo pelo menos 75% do diâmetro nominal do tubo. Consulte tabelas específicas para o raio mínimo de curvatura.
- Conduítes flexíveis: Apresentam maior limitação na curvatura. Use fita adesiva no local do corte para evitar desgaste das extremidades durante o manuseio e corte com serrote.
Preparação de Cabos
Antes de inserir fios ou feixes de cabos, polvilhe-os com talco para facilitar o deslizamento e evitar danos no isolamento.
Seguindo esses cuidados, os conduítes garantem proteção eficaz, segurança elétrica e durabilidade em condições rigorosas de operação.
GLOSSÁRIO
Abrasão
Desgaste da superfície do conduíte por atrito com cabos, estruturas ou vibração. Em instalações, escolhe-se materiais e rotas que reduzam esse atrito para evitar danos ao isolamento dos cabos.
Abraçadeira de fixação
Peça usada para prender o conduíte a paredes, frames ou suportes. Garante alinhamento, reduz vibração e mantém as distâncias mínimas de segurança entre linhas elétricas e outros sistemas.
Aço galvanizado
Metal com camada de zinco que protege contra corrosão. Em conduítes, é comum em versões rígidas para áreas que exigem maior robustez mecânica.
Aterramento (equipotencialização)
Ligação intencional de partes metálicas dos conduítes ao sistema de aterramento. Em conduítes metálicos, assegura continuidade elétrica e proteção contra choques.
Bitola (diâmetro nominal)
Medida do tamanho do conduíte. Deve ser escolhida considerando o “enchimento” (percentual de ocupação) e o raio de curvatura necessário para os cabos.
Caixa de passagem
Enclosure acessível para mudanças de direção, derivações ou emendas. Facilita a instalação e manutenção sem forçar curvaturas excessivas nos cabos.
Calibre/Espessura de parede
Espessura do tubo do conduíte. Paredes mais espessas aumentam a resistência mecânica e a proteção contra impactos.
Conector (luva, bucha e porca)
Conjunto de peças que une conduíte a caixas, quadros ou outros segmentos de tubo, mantendo aterramento (no caso de metálicos) e vedação.
Conduíte corrugado (ENT)
Tubulação não metálica, flexível e leve, usada em rotas com curvas e espaços reduzidos. Facilita a passagem de cabos, mas requer atenção a proteção mecânica.
Conduíte flexível metálico (FMC)
Tubulação metálica helicoidal, indicada para trechos sujeitos a vibração, equipamentos móveis ou onde seja necessária flexibilidade com boa blindagem mecânica.
Conduíte não metálico (PVC rígido)
Tubulação plástica resistente a umidade e muitos agentes químicos. Não conduz eletricidade e não fornece blindagem eletromagnética.
Conduíte rígido metálico (RMC/GRC)
Tubulação metálica espessa, muito resistente a impactos. Usada em ambientes severos e onde se requer máxima proteção mecânica.
Curva/Cotovelo
Mudança de direção do conduíte. Pode ser feita em obra (quando o material permite) ou com acessórios prontos. Deve respeitar o raio mínimo para não danificar cabos.
EMI/RFI (blindagem)
Interferências eletromagnéticas/de rádio. Conduítes metálicos ajudam a atenuar EMI/RFI, protegendo sinais sensíveis.
EMT (tubo metálico elétrico)
Tubulação metálica de parede fina, leve e econômica. Comum em instalações internas protegidas, com conexões por abraçadeiras específicas.
Enchimento (ocupação do conduíte)
Percentual do volume interno ocupado pelos cabos. Limites de enchimento evitam aquecimento excessivo, facilitam a instalação e a dissipação de calor.
Grau de proteção (IP)
Classificação de vedação contra entrada de sólidos e líquidos. Acessórios e caixas devem ter IP adequado ao ambiente.
Isolamento térmico/Temperatura de serviço
Faixa de temperatura suportada pelo conduíte e pelos cabos. Influencia capacidade de corrente e vida útil do sistema.
Junta/Luva de acoplamento
Acessório que une segmentos de conduíte mantendo alinhamento, continuidade elétrica (no metálico) e vedação.
LSZH (baixa fumaça, livre de halogênios)
Materiais que em incêndio geram pouca fumaça e gases menos tóxicos/corrosivos. Recomendados para rotas com pessoas ou equipamentos sensíveis.
Passa-fio (guia)
Ferramenta flexível usada para “puxar” os cabos dentro do conduíte, reduzindo esforço e tempo de instalação.
Raio mínimo de curvatura
Menor raio permitido para dobrar cabos e conduítes sem danificá-los. Respeitar esse raio evita esmagamento e microfissuras no isolamento.
Rosca (NPT/BSP)
Perfil de rosca usado em conduítes e acessórios roscados. Deve ser compatível entre peças para garantir fixação e vedação corretas.
Selante corta-fogo
Produto aplicado em passagens para manter a compartimentação contra incêndio, evitando propagação de chamas e fumaça entre áreas.
Tracionamento (força de puxada)
Esforço aplicado ao puxar cabos. Exceder o limite pode alongar o condutor ou danificar o isolamento; usa-se lubrificante próprio quando necessário.
Vedação (anéis/O-rings)
Elementos que impedem entrada de poeira e umidade nas conexões. Essencial em ambientes externos ou sujeitos a respingos.
Vibração
Oscilações que podem soltar conexões e abrasar cabos. Em rotas com vibração, prioriza-se conduíte flexível metálico, fixações frequentes e alívio de tensão.
FAQ
P: Qual a diferença prática entre conduíte metálico e não metálico?
R: O metálico oferece maior proteção mecânica e ajuda a reduzir EMI/RFI, mas exige aterramento e é mais pesado. O não metálico (PVC/ENT) é leve, imune à corrosão e fácil de instalar, porém não blinda e pode precisar de proteção extra contra impactos.
P: Como escolher a bitola correta do conduíte?
R: Some os diâmetros dos cabos, verifique o limite de enchimento permitido e considere o raio de curvatura e futuras ampliações. Prefira uma folga que permita manutenção sem esforço excessivo.
P: Posso misturar cabos de potência e sinal no mesmo conduíte?
R: Não é recomendado. Separe por função e, quando necessário, use conduíte metálico ou rotas afastadas para minimizar interferências.
P: Quando usar conduíte corrugado (ENT) em vez de rígido?
R: Use ENT em rotas com muitas curvas ou espaços estreitos e quando a instalação rápida for prioridade. Em áreas expostas a impacto, prefira rígido ou proteja mecanicamente o ENT.
P: O conduíte metálico precisa ser aterrado?
R: Sim. Todos os segmentos devem ter continuidade elétrica e estar equipotencializados ao sistema de aterramento para segurança e acionamento adequado de proteções.
P: Como lidar com trechos sujeitos à vibração?
R: Utilize conduíte flexível metálico (FMC) ou suportes/abraçadeiras mais frequentes, prevendo folgas de dilatação e alívio de tensão nos cabos.
P: O que é “enchimento” e por que ele limita a quantidade de cabos?
R: É a porcentagem do volume interno ocupada pelos cabos. Limitar o enchimento reduz aquecimento, facilita a passagem e evita danos ao isolamento.
P: Qual a importância do grau de proteção IP em caixas e conexões?
R: Define a resistência à poeira e água. Escolher IP adequado evita curto-circuitos, corrosão e falhas por umidade.
P: Por que materiais LSZH são recomendados em rotas internas?
R: Porque em incêndios liberam menos fumaça e gases agressivos, melhorando a segurança de pessoas e a proteção de equipamentos.
P: Lubrificante para cabos pode danificar o isolamento?
R: Use apenas lubrificantes específicos para instalação elétrica. Eles reduzem o atrito sem agredir o isolamento e facilitam o tracionamento.
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