Nos últimos dias tem-se falado muito nas rachaduras encontradas nas asas de alguns 737NG da Boeing.
Essa estrutura do boeing 737 NG é chamada de Pickle Fork e é a estrutura que faz ligação entre a asa e a fuselagem, especificamente ela fixa as longarinas dianteira e traseiras da asa à fuselagem.
Mas qual foi o problema?
Foi encontrada rachaduras cerca de uma polegada de comprimento em aeronaves com cerca de 33 mil ciclos.
E isso não é legal por vários motivos o principal é por que essa estrutura transmite cargas (esforços) quando ela trabalha, ou flexiona durante o voo.
No entanto essa estrutura do Boeing 737 NG (Pickle fork) é projetado para ter uma vida útil de 90 mil ciclos (uma decolagem e um pouso equivalem a um ciclo), sem problemas sem ser reparada.
E além de tudo isso, essas estruturas são consideradas componentes à prova de falha.
O que significa uma estrutura a prova de falha?
Toda estrutura da aeronave como asa e componentes estruturais são construídos com o princípio ou filosofia Fail-safe ou a prova de falha.
Isso quer dizer que se um componente falhar, haverá outro que irá garantir a segurança (“dar conta do recado”), ou seja se constrói um avião perguntando: E se esse componente falhar? Por exemplo, e se surgir uma rachadura?
Foi isso o que aconteceu, a rachadura apareceu em volta dos furos e a estrutura não falhou, mas foi encontrado o dano e dado os passos necessários para corrigi-lo.
O sistema de segurança aéreo não funciona?
Isso mostra que o sistema de segurança está funcionando da maneira que foi pensado.
Quando uma falha acontecer ou existir, a segurança deve se manter até ser identificado ou descoberto o problema e solucionado.
Ao mesmo tempo o problema tem que ser comunicado a autoridade competente mesmo que isso acarrete custos para o fabricante ou operador da aeronave.
Esta por sua vez tomar todas as medidas a tempo para que o dano não se propague e coloque em risco a segurança.
E foi isso que aconteceu, a própria Boeing detectou o problema, comunicou ao FAA que emitiu diretrizes obrigatórias para todos os operadores envolvidos que tivessem um Boeing 737 NG com mais de 30 mil ciclos e garantiu que isso fosse cumprido.
O que foi feito?
FAA emitiu ADs que obrigou todos os operadores dos B737 NG do mundo a inspecionar a área afetada em até 7 dias (inspeção com boroscópio). Se encontrar alguma rachadura devem reparar conforme orientação do fabricante. AD FAA 2019-0711
O que pode ter resultado ou ocasionado essa rachadura?
Conjecturando podemos dizer que pode ter acontecido falha no processo de fabricação por exemplo uso incorreto de ferramentas na montagem/ tratamento térmico inadequado, torque exagerado em fixadores resultando em indevida carga na estrutura.
Ou também falha na liga de alumínio ou tratamento anticorrosivo usado na construção desse componente. Ou até uma falha no projeto da estrutura que é menos provável.
Alguns dizem que pode ser resultado do projeto do 737 NG ter Wing Lets na ponta das asas, onde modificou o design da asa sobrecarregando essa estrutura do Boeing 737 NG chamado pickle fork. Enfim, alguma falha gerou essa dano e pode ter certeza que vai ser identificado e corrigido.
Onde ocorreu a rachadura:
Esse componente chamado Pickle fork é formado por outras estruturas menores como chamadas de frame fitting e failsafe straps que são partes que formam todo o conjunto.
Rachadura foram encontradas em áreas próximas de furos de fixadores na parte inferior da estrutura.
Agora com certeza essas aeronaves que foram detectadas rachaduras ficaram paradas e levarão vários dias para ser reparada com um custo alto de manutenção.
VÍDEO MOSTRA TÉCNICOS DA BOEING REMOVENDO A ESTRUTURA
Diretriz de aeronavegabilidade emitada pela FAA
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