GRANDES Aeronaves usam REBITES DE ALUMÍNIO?

SIM, a maioria das grandes aeronaves fabricadas de metal usam rebites de alumínio na maioria de suas partes estruturais.

Então descubra por que e como eles são usados na aviação mundial.

Os rebites usados em uma aeronave não devem ser subestimados pelo seu tamanho e mesmo na maioria das vezes nem sejam vistos ou notados devido ao tamanho da aeronave, a engenharia aeronáutica pensou e calculou muito antes de decidir qual tipo de rebite deve ser colocado naquela estrutura em especial.

O que é um rebite?

O rebite é um pino metálico usado para manter duas ou mais peças de metal, chapas, placas, ou peças de material unidas; sua cabeça é formada em uma das pontas durante a fabricação.

A espiga ou corpo do rebite, é introduzida no orifício feito nas peças do material, e a ponta, é então, rebatida para formar uma segunda cabeça, para manter as duas peças seguramente unidas.

Eles são utilizados para prender ou fixar de forma segura chapas de metal, têm centenas de formatos específicos para determinadas aeronaves.

Instalação

Dois tipos principais de rebites usados em aeronaves

Para explicar objetivamente neste post podemos dizer que os rebites são divididos em dois grupos principais: rebite tipo sólido, o qual é rebatido usando-se uma barra encontradora e o tipo especial, o qual pode ser instalado quando o local não permite usar a barra encontradora ou ferro de encontrar.

Barra encontradora (ferro de encontrar)
Rebitagem de uma asa

Rebites sólidos – Universal

Também chamados de cabeca universal ou protuberante

Rebites sólidos – Escareado


Rebites sólido – cabeça universal (flush)

IDENTIFICAÇÃO DE REBITES DE AERONAVES:

Marcações são feitas nas cabeças dos rebites para classificar suas características.

  • As diferentes marcas indicam a composição dos rebites e de diferentes colorações identificam o tipo de camada de proteção usada pelo fabricante.
  • Estas marcações tanto podem ser de um ponto em relevo, 2 pontos em relevo, um ponto em depressão, um par de traços em relevo, uma cruz em relevo, um simples triangulo ou um traço em relevo. Alguns rebites não têm marcas na cabeça.

A designação para os tipos de cabeça são:

Universal;
Redonda;
Chata;
Escareada;
Lentilha (brazier).


Tipos de cabeça

Combate a corrosão

Se um rebite de cobre for cravado em uma estrutura de liga de alumínio, teremos 2 metais diferentes em contato um com o outro.

Dois metais diferentes em contato, um com o outro, na presença de umidade causa fluxo de corrente elétrica entre eles, formando sub-produtos. Isto resulta na deterioração de um dos metais.

Um rebite coberto com cromato de zinco é amarelo, um com superfície anodizada é cinza perolado; e, o com metal pulverizado é cinza prateado.

Coloração de banho

O material é utilizado na maioria dos rebites sólida é liga de alumínio.

Os rebites 1100, 2017-T, 2024-T, 2117-T e 5056 são os tipos mais disponíveis.

Os rebites “AD” (2117) são utilizados para todas as aplicações, exceto quando resistência adicional é requerida. Neste caso, são utilizados rebites “DD” (2024).

REBITES CEGOS OU ESPECIAIS 

Rebites cegos

Rebites cegos ou auto-cravação são usados quando você não pode acessar um dos lados da peça ou parte a ser fixada.

OS Rebites cegos são ocos, e, assim, mais fracos do que os rebites sólidos.
20-50% mais pesado do que um rebite sólido por causa da haste de aço.

São chamados de rebites especiais por que necessitam de ferramentas especiais para instalação; e especiais procedimentos de instalação e de remoção.

Veja a aplicação real dos rebites sólidos e cegos em um reparo.

Quer aprender mais sobre rebites aeronáuticos, veja esse vídeo abaixo:

Aula sobre rebites aeronáuticos

MATERIAL DE APOIO

Chapter 05 Aircraft Materials, Processes & Hardware

Reparos estruturais FAA (traduzido)

Glossário — Rebites de Aeronaves

Navegação rápida: AD (2117)AnodizaçãoBarra encontradora (ferro de encontrar)Cabeça chataCabeça de lentilha (brazier)Cabeça escareadaCabeça redondaCabeça universalCromato de zincoIdentificação de rebites (marcações)Ligas de alumínio (1100, 2017-T, 2024-T, 2117-T, 5056)Metal pulverizado (acabamento)RebiteRebites cegos (auto-cravação)Rebites sólidosUmidade e corrosão galvânica“Espiga”/corpo do rebite

AD (2117)

Designação de liga de alumínio usada em rebites. Os rebites “AD” (liga 2117) são os mais usados em aplicações gerais por oferecerem boa resistência e facilidade de instalação, sendo preferidos quando não se exige resistência extra.

Anodização

Tratamento de superfície do alumínio que cria uma camada protetora. Em rebites, costuma apresentar aparência cinza perolada e ajuda a reduzir corrosão.

Barra encontradora (ferro de encontrar)

Ferramenta maciça usada no lado oposto ao martelo rebitador para apoiar a cabeça do rebite sólido durante a cravação, formando corretamente a segunda cabeça.

Cabeça chata

Formato de cabeça protuberante, plana. Usada onde não há necessidade de superfície lisa (nivelada) com o revestimento externo.

Cabeça de lentilha (brazier)

Formato protuberante, com diâmetro maior e perfil baixo (semelhante a uma lentilha). Tradicional em regiões internas onde o arrasto aerodinâmico não é crítico.

Cabeça escareada

Formato “flush”, fica nivelado com a superfície após o furo ser escareado. Preferida em superfícies externas para reduzir arrasto e manter acabamento liso.

Cabeça redonda

Formato protuberante e arredondado, comum em estruturas internas ou locais sem exigência de superfície lisa.

Cabeça universal

Formato protuberante “curinga”, que combina características de cabeças chata, redonda e lentilha. Pode substituir outros formatos protuberantes quando necessário.

Cromato de zinco

Revestimento protetivo comum em rebites; costuma apresentar coloração amarelada. Serve para proteção contra corrosão.

Identificação de rebites (marcações)

As cabeças podem trazer pontos, traços, cruzes ou triângulos em relevo/depressão indicando material e características. A coloração do acabamento também ajuda a identificar o tratamento superficial.

Ligas de alumínio (1100, 2017-T, 2024-T, 2117-T, 5056)

Materiais de rebites sólidos comuns na aviação. A escolha da liga equilibra resistência, peso e facilidade de instalação. A 2117 (“AD”) é de uso geral; a 2024 (“DD”) é usada quando se precisa de mais resistência.

Metal pulverizado (acabamento)

Tipo de acabamento superficial que confere aparência cinza prateada aos rebites e contribui para proteção contra corrosão.

Rebite

Elemento de fixação com uma cabeça formada de fábrica e um corpo cilíndrico (“espiga”). É inserido em um furo que atravessa as peças e, ao ser cravado, forma-se a segunda cabeça, unindo as partes com firmeza.

Rebites cegos (auto-cravação)

Usados quando não há acesso aos dois lados da junta. São ocos e, por isso, mais fracos que os sólidos, porém geralmente ficam 20–50% mais pesados por conterem uma haste (normalmente de aço) e exigem ferramentas e procedimentos especiais para instalar e remover.

Rebites sólidos

Rebites maciços instalados com martelo rebitador e barra encontradora. Podem ter cabeça universal (protuberante) ou escareada (flush). São mais leves e resistentes que os cegos para a mesma aplicação.

Umidade e corrosão galvânica

Quando metais diferentes ficam em contato na presença de umidade, ocorre fluxo de corrente elétrica e um deles se deteriora mais rápido (corrosão galvânica). Por isso, é preciso compatibilizar materiais e usar proteções superficiais.

“Espiga”/corpo do rebite

Parte cilíndrica do rebite que atravessa o furo nas peças. Ao ser deformada na cravação, forma a segunda cabeça, garantindo a fixação.


FAQ — Perguntas Frequentes

P: Por que grandes aeronaves usam majoritariamente rebites de alumínio?

R: Porque oferecem ótima relação resistência-peso, são compatíveis com as ligas usadas nas estruturas e permitem montagem e reparo eficientes ao longo de toda a vida útil da aeronave.

P: Quando escolher cabeça escareada e quando usar universal/redonda?

R: Use cabeça escareada onde a superfície precisa ficar nivelada (redução de arrasto e acabamento). Cabeças universais ou redondas são adequadas em áreas internas ou sem exigência de acabamento “flush”.

P: O que significa dizer que o rebite cego é “mais fraco e mais pesado”?

R: “Mais fraco” porque é oco e não atinge a mesma resistência de um sólido equivalente; “mais pesado” porque incorpora uma haste (tipicamente de aço), resultando em 20–50% a mais de massa para a mesma função.

P: Para que serve a barra encontradora?

R: Ela apoia a cabeça de fábrica do rebite sólido enquanto o outro lado é rebatido. Assim, a deformação forma a segunda cabeça corretamente, sem danificar a estrutura.

P: Como as marcações na cabeça ajudam na identificação?

R: Padrões como pontos, traços, cruzes ou triângulos em relevo/depressão indicam material e características do rebite. A cor do acabamento também orienta sobre o tipo de proteção superficial.

P: O que são rebites “AD” e “DD”?

R: São abreviações de ligas: “AD” é 2117 (uso geral). “DD” é 2024 (maior resistência), indicada quando a junta exige capacidade estrutural extra.

P: Por que é perigoso misturar cobre e alumínio na mesma junta?

R: O contato de metais diferentes na presença de umidade acelera a corrosão galvânica, deteriorando um dos metais. Deve-se evitar pares incompatíveis ou usar proteção adequada.

P: Há vantagem em usar sempre rebite cego para facilitar a montagem?

R: Não. Rebites cegos são soluções para falta de acesso ao lado oposto, mas pesam mais e são menos resistentes que os sólidos. Quando há acesso, o rebite sólido é preferível.

P: A anodização substitui a proteção por cromato de zinco?

R: Não necessariamente. São tratamentos diferentes. A escolha depende do projeto e do ambiente: ambos visam melhorar a resistência à corrosão.

P: “Flush” é um tipo de rebite?

R: Não é um tipo de rebite; é o efeito de ficar nivelado com a superfície, obtido usando rebite de cabeça escareada em furo escareado.

P: Por que a cabeça universal é considerada “curinga”?

R: Porque pode substituir outras cabeças protuberantes (chata, redonda, lentilha) quando as condições estruturais e de espaço permitem, simplificando manutenção.

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